Ainda que te debatas como as ondas do mar contra a areia da praia,
Ainda que te afastes, que me fujas, que me queiras enganar…
Eu sei e tu sabes…
Ainda que pareças a areia fina que desliza entre os meus dedos,
Mesmo que me evites, que te escapes, que te esquives…
Eu sei e tu sabes…
Que as ondas do mar morrem na areia…
Rendem-se, deslizam sobre ela…
Vês, como se cansam de lutar?...
Tu serás como uma daquelas caravelas,
Que partia rumo ao equador,
Almejando desbravar o oceano,
Sem saber que ia encontrar o Adamastor.
E quem sabe?...
Talvez consigas sobreviver à travessia…
Deixa-me fazer-te sonhar…
Depois de te envolver, de te mimar, de te embalar…
De te dar a conhecer um mundo de encantar…
Serás livre!
Num qualquer areal à tua escolha,
Prometo devolver os teus destroços.
Irei depositá-los com carinho, num local
Onde possa ter deixado uns outros ossos.
Não sejas tola…
Deixa-me enrolar-te…
Serei eu a tua onda,
Deixa-me levar-te…
Sou paciente…
Confia…
E se conseguir agarrar um bocadinho teu,
Serás um barco a adornar,
E por muito que tentes não naufragar,
Eu sei e tu sabes…
Que por um dia, por umas horas, por um instante…
Serás minha.
Escrito no inicio de 2010
By CMar
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