quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Gripe

Hoje acordei assim: "Espelho, espelho meu, existe alguma gaja, mais ranhosa e afónica do eu?". O anormal nem me respondeu, logo, quem cala consente.

Agora, segue-se um café quentinho, acompanhado dum quadradinho de chocolate belga, a bela da mantinha, os gatos enroscados na mantinha - enquanto eu tento ter um bocadinho de manta para mim - o livro e a resma de lenços de papel - estes dias deviam ter o patrocinio da Renova.

A ver se com esta paragem forçada acabo de ler o "Eat, Pray, Love." Se não passo do "Eat", vou ter de correr tanto km, tanto...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Drive

Banda sonora fenomenal, muito na onda do pop electrónico e que vale a pena ouvir. O filme não seria o mesmo sem a música. Ryan Gosling, o menino bonito do momento Photoshop em "Crazy, Stupid, Love" - lembram-se meninas? - tem uma performance surpreendente e totalmente fora do registo comédia. Para quem achava que ele era um actorzinho, surpresa! O actor aparece como um cow-boy do asfalto que claramente anda medicado a Xanax. Nunca perde a pose. Calmo, metódico, frio e concentrado. Muito dentro do género Clint Eastwood, Steve MacQueen –  dispensam palavras, preferem  atitudes. Obviamente, é um condutor dos diabos. Haja sangue, balas, carros a alta velocidade, a palhinha de Lucky Luke não lhe sai do canto da boca. Podia até chamar-se Oscar já que acredito que vamos ouvir falar dele em Fevereiro. O realizador dinamarquês, Winding Refn ganhou o prémio de melhor realizador no festival de Cannes 2011. O director de fotografia é Newton Thomas Sigel, que tem como carta de apresentação : The Usual Suspects, Superman Returns e Valkyrie.


Uma das minhas cenas preferidas.


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

So please, please, please...


Good times for a change
See, the luck I've had
Can make a good man
Turn bad

So please please please
Let me, let me, let me
Let me get what I want
This time

Haven't had a dream in a long time

See, the life I've had
Can make a good man
Turn bad

So for once in my life
Let me get what I want
Lord knows, it would be the first time
Lord knows, it would be the first time



A banda sonora do video é um original dos Smiths cantado pela Slow Moving Millie. A manter debaixo de olho. Voz suave, melodiosa, promete...

A música diz tudo... "So for once in my life, let me get what I want...".
Preciso de aprender a perdoar, e não sei como o fazer...


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O que distingue o amigo verdadeiro



O texto é do MEC e hoje veio-me parar às mãos.


Não se pode ter muitos amigos. Mesmo que se queira, mesmo que se conheçam pessoas de quem apetece ser amiga, não se pode ter muitos amigos. Ou melhor: nunca se pode ser bom amigo de muitas pessoas. Ou melhor: amigo. A preocupação da alma e a ocupação do espaço, o tempo que se pode passar e a atenção que se pode dar — todas estas coisas são finitas e têm de ser partilhadas. Não chegam para mais de um, dois, três, quatro, cinco amigos. É preciso saber partilhar o que temos com eles e não se pode dividir uma coisa já de si pequena (nós) por muitas pessoas.

Os amigos, como acontece com os amantes, também têm de ser escolhidos. Pode custar-nos não ter tempo nem vida para se ser amigo de alguém de quem se gosta, mas esse é um dos custos da amizade. O que é bom sai caro. A tendência automática é para ter um máximo de amigos ou mesmo ser amigo de toda a gente. Trata-se de uma espécie de promiscuidade, para não dizer a pior. Não se pode ser amigo de todas as pessoas de que se gosta. Às vezes, para se ser amigo de alguém, chega a ser preciso ser-se inimigo de quem se gosta.

Em Portugal, a amizade leva-se a sério e pratica-se bem. É uma coisa à qual se dedica tempo, nervosismo, exaltação. A amizade é vista, e é verdade, como o único sentimento indispensável. No entanto, existe uma mentalidade Speedy González, toda «Hey gringo, my friend», que vê em cada ser humano um «amigo». Todos conhecemos o género — é o «gajo porreiro», que se «dá bem com toda a gente». E o «amigalhaço». E tem, naturalmente, dezenas de amigos e de amigas, centenas de amiguinhos, camaradas, compinchas, cúmplices, correligionários, colegas e outras coisas começadas por c.

Os amigalhaços são mais detestáveis que os piores inimigos. Os nossos inimigos, ao menos, não nos traem. Odeiam-nos lealmente. Mas um amigalhaço, que é amigo de muitos pares de inimigos e passa o tempo a tentar conciliar posições e personalidades irreconciliáveis, é sempre um traidor. Para mais, pífio e arrependido. Para se ser um bom amigo, têm de herdar-se, de coração inteiro, os amigos e os inimigos da outra pessoa. E fácil estar sempre do lado de quem se julga ter razão. O que distingue um amigo verdadeiro é ser capaz de estar ao nosso lado quando nós não temos razão. O amigalhaço, em contrapartida, é o modelo mais mole e vira-casacas da moderação. Diz: «Eu sou muito amigo dele, mas tenho de reconhecer que ele é um sacana.» Como se pode ser amigo de um sacana? Os amigos são, por definição, as melhores pessoas do mundo, as mais interessantes e as mais geniais. Os amigos não podem ser maus. A lealdade é a qualidade mais importante de uma amizade. E claro que é difícil ser inteiramente leal, mas tem de se ser."

Miguel Esteves Cardoso

A verdade é que, dos nossos inimigos esperamos tudo, dos nossos amigos esperamos lealdade. Às vezes pergunto-me onde foste tu buscar tanta cobardia. Traiste-me, traiste a minha confiança, traiste a minha amizade. Foste falso como eu nunca pensei que pudesses ser. Cobarde. Cobarde. Cobarde. A tua falta de caracter enjoa-me ou enoja-me, nem sei bem...

Amigos assim? Distância... Na verdade, creio que nunca foste meu amigo, porque um amigo não se comportaria como tu o fizeste.

domingo, 11 de dezembro de 2011

O lugar


É a minha música preferida do momento. Acho o poema lindissimo. Depois da "Primavera" dos Gift, de "Cedo o Meu Lugar" dos Mesa, chegou ao meu coração o Tiago Bettencourt com "O lugar". Sou capaz de ouvir isto ininterruptamente...




Já é noite e o frio
Está em tudo que se vê
Lá fora ninguém sabe
Que por dentro há vazio
Porque em todos há um espaço
Que por medo não cedeu
Onde a ilusão se esquece
Do que o medo não previu
Já é noite e o chão
É mais terra p'ra nascer
A água vai escorrendo
Entre as mãos a percorrer
Todo o espaço entre a sombra
Entre o espaço que restou
Para refazer a vida
No que o medo não matou
Mas onde tudo morre tudo pode renascer
Em ti vejo o tempo que passou
Vejo o sangue que correu
Vejo a força que moveu
Quando tudo parou em ti
A tempestade que não há em ti
Arrastando para o teu lugar
E é em ti que vou ficar
Já é dia e a sombra
Está em tudo o que se ve
Lá fora ninguém sabe
O que a luz pode fazer
Porque a noite foi tão fria
Que não soube acordar
A noite foi tão dura
E difícil de sarar
Mas onde tudo morre tudo pode renascer
Em ti vejo o tempo que passou
Vejo o sangue que correu
Vejo a força que moveu
Quando tudo parou em ti
A tempestade que não há em ti
Arrastando para o teu lugar
E é em ti que vou ficar
Mas eu descobri a casa onde posso adormecer
Eu já desvendei o mundo e o tempo de perder
Aqui tudo é mais forte e há mais cor no céu maior
Aqui tudo é tão novo tudo pode ser amor
Mas onde tudo morre tudo volta a nascer
Em ti vejo o tempo que passou
Vejo o sangue que correu
Vejo a força que moveu
Quando tudo parou em ti
A tempestade que não há em ti
Arrastando para o teu lugar
E é em ti que vou ficar
Já é dia e a luz
Está em tudo o que se vê
Cá dentro não se ouve
O que lá fora faz chover
Na cidade que há em ti
Encontrei o meu lugar
É em ti que vou ficar.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

@Work

Isto aconteceu-me hoje com uma linha de suporte:

"Já reportei aos colegas e a situação vai ser resolvida com celeridade."
"Celeridade?... Celeridade eu pedi sexta-feira, segunda-feira e terça-feira. O que é que a equipa de suporte entende por celeridade? 24 horas, 48 horas? 3 dias, duas semanas? Qual é o SLA para celeridade?
"Não temos SLA porque cada caso é um caso e há casos que demoram 2 anos a resolver."

Definitivamente, o Universo dá-me lições todos os dias. O tempo não é igual para todos, e as palavras tem significados diferentes apesar de terem as mesmas letras.